Transporte rodoviário: Mais sustentável e mais digital (Parte I)
A médio e longo prazo, assistiremos a uma forma inteiramente inovadora de pensar o transporte no setor da distribuição.
As mudanças climáticas, o desenvolvimento de novas tecnologias, a digitalização da indústria, a logística e as cadeias de fornecimento estão a criar as condições para uma verdadeira revolução no setor da distribuição, que afetará tanto as entregas de longa distância como as urbanas.
Sustentabilidade e respeito pelo ambiente
O setor dos transportes gera um quarto de todas as emissões de CO2, tornando-se um pré-requisito absoluto que este setor cumpra com o Acordo de Paris das Nações Unidas, na redução, em 20%, das emissões de gases de efeito de estufa.
Segundo o estudo do International Council on Clean Transportation, “Transitioning to Zero-emission Heavy-Duty Freight” – conhecido pela sua análise da indústria – os usos mais eficientes da energia não estão a ser aplicados. Para a eficiência do veículo, o gás natural é a opção mais confiável, embora, do ponto de vista ambiental holístico, ofereça menos vantagens. Ao considerar não apenas as emissões, mas o desempenho geral do veículo, a energia do futuro para frotas de distribuição, será elétrica, pois é tão eficiente quanto o gás natural e pode ser significativamente mais ecológica. O setor está a incentivar a substituição/conversão de camiões convencionais, para aqueles que utilizam energias mais ecológicas. No entanto, para que a substituição/conversão elétrica seja bem-sucedida, é necessário aumentar a geração a partir de fontes de energia renováveis, o que só poderá ser alcançado com o reforço das políticas de energia e ambientais de cada região ou país.
Digitalização e revolução tecnológica
Vivemos numa época em que as novas tecnologias afetam todos os aspetos da sociedade, e o mundo dos transportes não é uma exceção. A implementação de inovações neste setor já começou a gerar benefícios, como:
- Plataformas digitais com aplicações SGT (Sistema de Gestão de Transportes) que permitem às empresas digitalizar todo o processo de transporte e fornecer recursos adicionais que incluem planeamento, visibilidade, gestão de documentação e monitorização da carga. Prevê-se que essas aplicações permitam novos modelos operacionais, mais flexíveis e baseados em tendências de colaboração coletiva, semelhante ao conceito de “uberização” da economia, que facilitará significativamente o atendimento às necessidades futuras da procura e oferta do setor dos transportes.
- O uso de inteligência artificial revolucionará o setor dos transportes na Europa. Atualmente 25% da quilometragem é realizada sem carga, mas graças a sofisticados algorítmos , que podem analisar enormes quantidades de dados, e gerar estimativas de carga com vários dias de antecedências, haverá uma diminuição da distância percorrida sem carga.

- Pelotão - uma iniciativa promovida pela EU e que diz respeito ao agrupamento de veículos autónomos para aumentar a capacidade de rede de transporte rodoviário, Esta tecnologia reduz a distância entre os veículos, usando ganchos eletrónicos e dispositivos mecânicos, que permitem a aceleração e a travagem sincronizada. Consequentemente, a distância de reação necessária para um condutor humano deixa de ser relevante, permitindo que um número maior de veículos viaje com segurança na estrada. Os principais benefícios são a redução de CO2 e maior segurança. Outras novas e excitantes tecnologias de condução autónoma estão a ser testadas, embora ainda com o condutor na cabine. Especialistas acreditam que essas tecnologias serão uma realidade dentro de 3 a 4 anos.
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